Começámos a ter dinheiro bastante para todas as despesas do Estado, e ainda para desenvolver a nossa riqueza e levar benefícios a todas as terras, mesmo às mais humildes e distantes. (...) Repararam-se as estradas existentes e fizeram-se outras. Rearmou-se o exército. Restaurou-se a marinha de guerra e a mercante. (...) Construíram-se muitas escolas, e hão-de construir as que forem precisas para que todas as crianças em idade escolar tenham onde educar-se e instruir-se.
Livro de Leitura da 3ª classe 4ºEd., 1958
Salazar é o chefe ideal: manda com doçura, com autoridade moral e com firmeza. Não precisa de fazer discursos espectaculosos para se fazer obedecer. O exemplo da sua vida voluntariamente obscura dá-lhe um extraordinário prestígio e uma força sem igual.
A honestidade de Salazar constitui o melhor penhor do seu triunfo.
Tanto pode um homem de carácter.
Livro de Leitura para a 4ª classe, Editora Educação Nacional, Porto
No exame
1. Refira -se aos métodos de inculcação dos princípios do Estado Novo na educação das crianças.
2. Saliente algumas frases exemplificativas.
12 comentários:
A doutrina que Salazar pretendia que se seguisse era Deus, Pátria e Família.
Por isso começava desde cedo a incutir nas crianças o espírito patriótico através da escola e da catequese. Os livros de estudo tinham textos e imagens que davam uma imagem grandiosa do Estado Novo e de Salazar
Algumas das frases presentes nos livros para as crianças são as seguintes:
- “Salazar é o chefe ideal: manda com doçura, com autoridade moral e com firmeza.”
- “Com o Estado Novo abriu-se para Portugal uma época de prosperidade e de grandeza, comparável às mais brilhantes de toda a sua história.”
- “Salazar, o obreiro da Pátria”
- “Viva Salazar”
Carolina Caetano
nº2 11ºD
1.Em 1932, Salazar tornou – se Presidente do Conselho de Ministros, lugar que ocupou quase durante quarenta anos.
Uma vez chegado à chefia do governo, Salazar preparou a constituição (a constituição de1933) que foi aprovada através de plebiscito, isto é (Votação dos eleitores, através de um sim ou não, sobre uma medida ou um conjunto de medidas propostas pelo governo). Nela continuavam a ser reconhecidos os direitos e liberdades dos cidadãos, incluindo a liberdade de expressão e de reunião. Porém, na prática nada do que estava legislado na constituição se constatava. Por exemplo na política as eleições não eram livres, praticando – se todo o tipo de ilegalidades. Pois, embora o poder do Presidente do Conselho estivesse subordinado ao do Presidente da República, a verdade é que a autoridade de Salazar foi sempre, durante o Estado Novo, absolutamente incontestada, sendo o seu poder efectivo superior ao do próprio Presidente da República.
No regime Salazarista tudo era controlado pelo Estado, a política, a economia, a sociedade, a imprensa, a educação tudo estava sobre o controlo do Estado.
Particularizando a Educação, naquela época a juventude escolar devia obrigatoriamente pertencer a uma organização oficial denominado por”Mocidade Portuguesa”, que tinha também um carácter para – militar isto é (agrupamento de indivíduos fardados e armados, com a disciplina de tipo militar mas que não pertencem às forças militares regulares) e pretendia incutir nos jovens o espírito nacionalista e o sentido da obediência ao chefe.
2.Algumas frases exemplificativas são:
“Salazar é o chefe ideal”obedecer
“Não precisa de fazer discursos espectaculares para se fazer obedecer”
“A honestidade de Salazar constitui o melhor penhor do seu triunfo”
Leopoldina Sá
Nº15
11ºE
Os métodos de inculcação dos princípios do Estado Novo passavam pela exaltação do Estado Novo e de Salazar para mais facilmente incutir um espírito de adoração pelo regime aos mais jovens, esta “propaganda” era maioritariamente feita em livros escolares e mesmo nas salas de aula onde existia um quadro com Salazar.
Algumas frases que exemplificam este método são: “Salazar, o Obreiro da Pátria” e “Viva Salazar”.
Alexandra Fernandes
Nº2 11ºE
«Os pobrezinhos«:
- Batem à porta. Meu filho, vai ver quem é.
- É um pobre, minha mãe, um pobrezinho a pedir esmola.
A mãe veio logo com um prato de sopa e deu-o ao pobre. Depois, voltou para a sala de costura e deixou o filho a fazer companhia ao mendigo. Este, quando acabou de comer, disse por despedida:
- Deus faça bem a quem bem faz!
O menino ficou comovido: - Que pena tive do pobrezinho!
- E é caso para isso, respondeu a mãe. Os pobres são nossos irmãos. Devemos fazer-lhes todo o bem que pudermos. Jesus ensinou que até um copo de água, dado aos pobres por caridade, terá grande prémio no céu.»
Ana Fonseca. 11ºD. Nº3.
«A dona de casa«:
"Emilita é muito esperta e desembaraçada, e gosta de ajudar a mãe.
- Minha mãe: já sei varrer a cozinha, arrumar as cadeiras e limpar o pó. Deixe-me pôr hoje a mesa para o jantar.
- Está bem, minha filha. Quando fores grande, hás-de ser boa dona de casa."
Ana Fonseca. 11º D. Nº3.
«A cantina escolar«:
"- Gostei tanto de ir hoje à escola, minha mãe! A senhora professora estava muito contente, porque inaugurou uma cantina, onde os meninos pobres podem almoçar de graça. Se visse, Mãezinha! As mesas muito asseadas, os pratos branquinhos, jarras floridas e tudo tão alegre!
A sopa cheirava que era um regalo; e todos nós estávamos satisfeitos, ao ver os pobrezinhos matar a fome.
O filho do carpinteiro, a quem eu às vezes dava da minha merenda, de vez em quando ria-se para nós, como que a dizer:
- Está óptima, a sopinha!
Perguntei à senhora professora quem tinha feito tanto bem à nossa escola e ela respondeu-me:
- Foi o Estado Novo que gosta muito das crianças e para elas tem mandado fazer escolas e cantinas, creches e parques. Mas as famílias que possam também devem ajudar. Não te esqueças de o dizer à tua mãe."
Ana Fonseca. 11ºD. Nº3.
ANTES DA AULA:
«Todos: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ámen.
Professor: Jesus, divino Mestre,
Todos: iluminai a minha inteligência, dirigi a minha vontade, purificai o meu coração, para que eu seja sempre cristão fiel a Deus e cidadão útil à Pátria.
Todos: Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.
DEPOIS DA AULA:
Professor: Graças Vos damos, Senhor,
Todos: por todos os benefícios que nos tendes concedido. Ámen.
Professor: Abençoai, Senhor,
Todos: a Vossa Igreja, a nossa Pátria, os nossos Governantes, as nossas famílias e todas as escolas de Portugal. Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ámen.»
Ana Fonseca. 11ºD. Nº3.
1.
O Estado Novo educava os jovens através do nacionalismo, comum nos regimes totalitários, cultivando a imagem do “Chefe”.
A educação cristã estava implícita, reduzindo os manuais ao essencial quanto à formação de uma mentalidade cristã.
O projecto educacional salazarista pretendia formar jovens que apoiassem o regime, daí a criação da Mocidade e da Legião Portuguesa; assim como da invocação da imagem e nome do “Chefe”, comparando-o a Cristo, ao Messias.
Nesta vertente o Estado Novo aproximou-se dos regimes totalitários, da extrema-direita, Alemã e Italiana.
2. Algumas frases exemplificativas são:
“Com o Estado Novo abriu-se para Portugal uma época de prosperidade e de grandeza…”
“Começámos a ter dinheiro bastante para todas as despesas do Estado…”
“Construíram-se muitas escolas, e hão-de construir as que forem precisas para que todas as crianças em idade escolar tenham onde educar-se e instruir-se.”
“Salazar é o chefe ideal…”
“Não precisa de fazer discursos espectaculosos para se fazer obedecer.”
“A honestidade de Salazar constitui o melhor penhor do seu triunfo.”
Margarida Gomes
Nº16 11ºD
“Lá vamos cantando e rindo
Levados levados sim
Pela voz do som tremendo
Das tubas clamor sem fim
Lá vamos que o sonho é lindo
Torres e torres erguendo
Clarões, clareiras abrindo
Alva de luz imortal
Que roxas névoas despedaçam
Doiram os céus de Portugal
(…)
E por ti, ó Lusitânia,
corpo de Amor, Terra Santa.
Pátria, serás celebrada
e por nós, serás erguida.
Erguida ao alto da Vida.”
Hino da Mocidade Portuguesa, 1936
“Nós teremos que vencer
Nada temos a temer
Da invasão comunista.
Já existe a Legião,
Ao vento solta o pendão,
Dá combate ao anarquista.
(…)
Respeita o seu comandante,
Gritando sempre: Avante!
Por Salazar! Salazar!”
Hino da Legião Portuguesa
«Ensinai aos vossos filhos o trabalho, ensinai às vossas filhas a modéstia, ensinai a todos a virtude da economia. E se não poderdes fazer deles santos, fazei ao menos deles cristãos».
Oliveira Salazar, 1949
• «Instrução aos mais capazes, lugar aos mais competentes, trabalho a todos, eis o essencial».
Oliveira Salazar
1.
Em qualquer regime totalitário (ou autoritário) a educação torna-se o motor primeiro da formação das jovens mentalidades, daí Salazar ter percebido de imediato a importância do ensino na fundação dos alicerces do Estado Novo (mesmo que este se torna-se relativamente vago).
Caracterizar o Estado Novo como um regime fascista pode tornar-se subjectivo: o fascismo procurava criar o homem novo, alcançar a revolução, opondo-se, no entanto, ao comunismo. O Estado Novo em tudo era diferente: conservador, não pretendia alcançar um homem novo, nem criar impérios, antes, procurava conservar o território existente e, com ele, o denominado Império Colonial – o «viver habitualmente». Talvez possamos caracterizá-lo como um “fascismo português”, ou um “fascismo católico” tipo Deyffus, na Áustria.
Partindo deste aspecto é possível analisar toda a educação salazarista: católica, conservadora, assente num princípio de Império e de autoridade incontestáveis.
Os manuais escolares foram reduzidos: limitavam-se a pequenos textos, a presença obrigatória da educação moral cristã, a imagem do “chefe”, e, sobretudo, a imagem da Pátria. Ambos são indissociáveis.
Explicitado ficou que o Estado Novo assemelhava-se muito aos regimes totalitários da extrema-direita europeia no período entre as duas guerras, apesar de acérrimas diferenças que o tornavam, não um regime unicamente “ideológico”, mas pessoal: o Estado Novo ficou conhecido por Salazarismo, nome atribuído ao seu fundador e mentor: Salazar. Não pretendia seguir ideologias, mas (re)criar um país à sua imagem e semelhança.
Nestas características quer “pessoais” quer “ideológicas”, o Salazarismo procurou aplicar certos ideais “nazi-fascistas” na educação, isso verificou-se na criação da Mocidade Portuguesa, tanto masculina, como feminina: embutir ao jovem não apenas os ideias do Estado Novo, mas também prepará-lo fisicamente. Aos rapazes, o valor do trabalho; às raparigas, tornarem-se boas donas de casa e submissas ao marido, cumprindo a sua função de esposa e mãe.
No período II Guerra Mundial, quando o fascismo parecia vencedor, tanto a Mocidade, como a Legião Portuguesa (esta ultima criada para jovens com mais de 18 anos), tornaram-se os principais veículos na divulgação dos ideais do Estado Novo. Podemos ver na primeira imagem: “Livro da Leitura 3º Classe”, onde as bandeiras pátrias são empunhadas por três crianças, sendo que a bandeira do centro, corresponde, exactamente, à bandeira da Mocidade Portuguesa (historicamente corresponde à bandeira de D. João I). Cantar os “vivas” ao chefe, simultaneamente com a aprendizagem do abecedário; o culto ao “chefe” - a oração; a escola primária, o crucifixo entre a imagem do Presidente da República e do Presidente do Conselho e, claro está, o mapa de Portugal. Não esqueçamos a trilogia Deus, Pátria e Família - não podendo, todavia, ser ignorado um quarto elemento: Autoridade – acrescentado pelo próprio Salazar. Assim ficaram assentes as bases do novo regime.
2. Algumas frases expressivas:
*O Nacionalismo (a bem dizer, toda a educação salazarista era essencialmente nacionalista, qualquer outro aspecto aqui se encaixaria):
“Com o Estado Novo abriu-se para Portugal uma época de prosperidade e de grandeza, comparável às mais brilhantes de toda a sua história.”
O culto ao chefe:
“Começámos a ter dinheiro bastante para todas as despesas do Estado (…)”
*– obviamente referindo-se a Salazar enquanto ministro das Finanças.
“Salazar é o chefe ideal: manda com doçura, com autoridade moral e com firmeza.”
“A honestidade de Salazar constitui o melhor penhor do seu triunfo.
Tanto pode um homem de carácter.”
*Obras de fomento:
“Repararam-se as estradas existentes e fizeram-se outras (…)”
“Restaurou-se a marinha de guerra e a mercante (…)”
“Construíram-se muitas escolas, e hão-de construir as que forem precisas (…)”
*– apesar de mais de metade da população portuguesa ser analfabeta.
Daniel Sousa
Nº10
11ºD
A ascensão de Salazar
Após a eleição do general Óscar Carmona para presidente da República (28 de Março de 1928) foi nomeado chefe do governo Vicente de Freitas; António de Oliveira Salazar, então professor da Universidade de Coimbra que, fugazmente, já tinha passado pelo Ministério, foi chamado a assumir a pasta das Finanças. A entrada de Salazar para o governo como «ditador das finanças», com o apoio do presidente da República e de largos sectores conservadores, marca o início da «revolução nacional» e o afastamento dos republicanos liberais e conservadores.
De entre a política reformadora imposta pelo ministério das Finanças, inseria-se por exemplo, o aumento dos impostos, o controlo, pelo ministério das Finanças de todas as despesas do Estado, a fixação, para cada ministério, de uma verba orçamental e o exame prévio de todas as iniciativas governamentais que tivessem repercussão nas receitas e nas despesas. O equilíbrio orçamental é conseguido, a partir do ano económico de 1928-29, e as reformas tributárias de 28 e 29 permitem estabilizar o valor da moeda, baixar as taxas de juro, liquidar a dívida pública flutuante. Salazar inicia então um longo caminho até à tomada do poder que começara em 28, com a afirmação pública: «sei o que quero e para onde vou».
A sua doutrina política, era explicitada em entrevistas e discursos públicos: um compromisso entre as diversas correntes políticas de direita, uma rejeição do liberalismo republicano, a apologia de um Estado forte e autoritário nacionalismo e corporativo, e a supremacia do poder executivo sobre o legislativo, opondo-se, assim, ao parlamentarismo da constituição de 1911. Em quatro discursos (entre Maio de 30 e Novembro de 1932), lançou as bases da reforma constitucional, posteriormente concretizada, em 1933. Também em Maio de 1930, Salazar cria o futuro partido único - União Nacional - e anuncia os seus princípios e forma organizativa. Apoia-se nos burgueses apáticos, caciques da direita republicana, monárquicos e católicos conservadores. Em 1931, Salazar consegue vencer as últimas revoltas do «reviralho» e afasta do poder os velhos políticos da República. Com o apoio de Carmona que vai impondo Salazar às chefias militares liberais e republicanas.
A 5 de Julho de 1932, Salazar é empossado como presidente do Conselho de Ministros, lugar que manteve durante cerca de 40 anos, ou seja até à sua morte em 1968. O Ministério que forma e a comissão central da União Nacional que nomeia são reflexo do frentismo das direitas que vai fazer «a revolução pacífica, mas integral» que Salazar defende e que será a linha que presidirá à institucionalização do Estado Novo.
Ana Fonseca. 11ºD. Nº3.
Salazar e o Estado Novo.
Em 1928, o presidente Óscar Carmona convidou o Professor António de Oliveira Salazar para fazer parte do Governo como ministro das Finanças mas Salazar só aceitou esse cargo depois de lhe ter sido garantido que ficaria a fiscalizar todas as despesas dos Ministérios.
Em 1932, Salazar foi nomeado Chefe do Governo, cargo que manteve por 36 anos (até 1968). Para legitimar o seu poder foi elaborada uma nova Constituição no ano de 1933 que foi posta à aprovação dos portugueses por votação.
Sabias que António de Oliveira Salazar foi um dos candidatos ao título de Grande Português por se encontrar na lista dos 10 finalistas deste programa da RTP1 chamado Os Grandes Portugueses?
Ana Fonseca. 11ºD. Nº3.
A educação Salazarista assentava (Estado Novo) no modelo nacionalista, baseado na grandeza pátria e no catolicismo, daí a restrição dos programas educacionais, cultivando em grande parte a imagem do chefe.
Sendo um regime totalitário foram criados, igualmente para a educação dos jovens a Mocidade e a Legião Portuguesa, baseada nos modelos alemães e italianos.
“Com o Estado Novo abriu-se para Portugal uma época de prosperidade”
“Começámos a ter dinheiro bastante para todas as despesas do Estado, e ainda para desenvolver a nossa riqueza”
“Salazar é o chefe ideal: manda com doçura, com autoridade moral e com firmeza.”
"A honestidade de Salazar constitui o melhor penhor do seu triunfo."
Marlene Correia n.º18 11ºD
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