sábado, 15 de março de 2008

A Revolução Soviética



Um poeta na Revolução, Vladimir Maiakovsky

Filho de um guarda-florestal, o poeta Vladimir Maiakovsky nasceu na Geórgia em 1893. Depois da morte do pai, em 1906, a família - ele, a mãe e duas irmãs mais velhas - mudou-se para Moscovo. Lá, estudante, desenvolveu interesse pela literatura marxista e passou a tomar parte em actividades do Partido Social-Democrático Operário Russo, no qual se filiou.Maiakóvsky foi preso três vezes sob a acusação de actividades subversivas. Mas, por ser menor, livrou-se da pena de deportação.
Em 1911, entrou na Escola de Belas Artes, onde, com outros artistas, deu início ao chamado movimento cubo -futurista russo. Em 1914, por causa de suas actividades políticas, Maiakovsky foi expulso da Escola de Belas Artes.Após a Revolução Socialista, em 1917, o grupo futurista aderiu ao novo regime. Maiakovsky dedicou-se à propaganda pela consolidação do novo Estado. Escrevia e desenhava cartazes de campanhas sanitárias, publicidade de produtos etc. Em 1923 fundou a revista LEF, que pretendia reunir "a esquerda das artes". Ou seja, artistas de esquerda que desejavam ser revolucionários também no plano artístico. Mas, ao longo dos anos 1920, a inquietação do poeta começou a incomodar o regime. No seu poema Conversa sobre Poesia com o Fiscal de Rendas, de 1926, desfere uma afiada crítica aos burocratas que pretendiam reduzir a poesia a fórmulas simplistas.


Tudo
o que quero
é um palmo de terra
ao lado
dos mais pobres
camponeses e obreiros.
Porém
se vocês pensam
que se trata apenas
de copiar
palavras a esmo,
eis aqui,
camaradas
minha pena,
podem
escrever
vocês mesmos!
(tradução de Augusto de Campos).
O mesmo tipo de crítica é desenvolvido em outro poema seu, muito conhecido, "Incompreensível para as Massas". Envolvido em desilusões políticas e desapontamentos pessoais, Vladimir Maiakovsky matou-se com um tiro em Abril de 1930.

Primeiro, eles vêm à noite,
com passo furtivo
arrancam uma flor e não dizemos nada.
No dia seguinte, já não tomam precauções
entram no nosso jardim,
pisam nossas flores,matam nosso cão
e não dizemos nada.
Até que um dia o mais débil dentre eles
entra sozinho em nossa casa,
rouba nossa luz,
arranca a voz de nossa garganta
e já não podemos dizer nada.
Maiakovsky
Cartazes de Maiakovsky de propaganda à Revolução Soviética
























Maiakovsky (1893-1930)

Não acabarão com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento
Amo
firme
fiel
e verdadeiramente.
Tradução de E. Carrera Guerra




TRABALHO
Esta foi uma das figuras exemplares que viveu os tempos da Revolução Soviética iniciada em 1917. Os trabalhos que se sugerem são: comentar a acção de Maiakovsky através dos exemplos da sua obra aqui representados; descrever um acontecimento significativo da Revolução Soviética; descrever o Comunismo de Guerra ou a NEP; fazer uma biografia de uma das personalidades que estiveram à frente da revolução. Ficam em aberto as vossas escolhas. O que é necessário é fazer.

7 comentários:

Anónimo disse...

NEP (Novaya Ekonomiceskaya Politika – Nova Politica Económica):

"É preciso dar um passo para trás, para dar dois passos para frente"

Após o fracasso do comunismo de guerra, com o fim da guerra civil e as sequentes revoltas das forças armadas, Lenin – em 1921 – toma uma decisão urgente para acelerar o crescimento económico da Rússia: a criação da NEP (Nova Politica Económica).
Esta nova política - idealizada por Nicolai Bukhari - consistia em incentivar a concorrência e atingir os objectivos da mesma; permitir a liberdade de comércio interno; liberdade de salários aos trabalhadores; autorização para o funcionamento de empresas particulares; permissão da entrada de capitais estrangeiros para a reconstrução do país.
Assim, com estas medidas, a Rússia passou a ter um crescimento económico significativo, em que, as medidas socialistas, conviviam com medidas capitalistas, Lenin classificou esta política como: "uma mistura de czarismo com práticas capitalistas besuntadas por um verniz soviético". A produção agrícola foi restabelecida, o sistema viário voltou a funcionar, e as pequenas indústrias começaram a lançar os seus produtos.
Em 1928, com a ascensão de Estalin, e o começo dos Planos Quinquenais, a NEP acabou por ser abandonada.

Daniel Sousa
Nº 9
10º D

Anónimo disse...

O Comunismo de Guerra tinha como objectivo consolidar e reforçar o regime Soviético triunfante na revolução de 1917, mas ameaçado por parte do Mundo Ocidental capitalista e burguês, apoiante do regime Czarista, formando os denominados “Russos Brancos” diferenciando-se dos “Vermelhos” (Comunistas). Adoptaram-se medidas como: o regular de todas as forças produtivas que eram orientadas no sentido de combater os chamados “inimigos de povo”; confiscaram-se cereais aos camponeses (apenas podiam produzir para a subsistência) o que provocou uma crise com consequências no mundo rural e a morte de milhões de pessoas.
O Comunismo de Guerra terminou com a vitória dos “Vermelhos” sobre os “Brancos”. Mais tarde, de maneira a superar a crise, Lenine adoptou a NEP (Novaya Ekonomiceskaya Politika – Nova Política Económica).



Trabalho realizado por:
Margarida Gomes
Nº16
10ºD

Anónimo disse...

A REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA

Em 1905 a Rússia conheceu sua primeira grande revolução; país atrasado economicamente, lançou-se em uma aventura militar contra o Japão, numa disputa neocolonialista pela região da Mandchúria, agravando a precária situação da população tanto do campo como das cidades.

Desde janeiro de 1905 as manifestações sociais se multiplicaram: marchas, greves e motins militares que, mesmo violentamente reprimidos serviram para dar maior organização aos trabalhadores, e garantiram algumas conquistas políticas, de caráter liberal. No entanto, podemos considerar que a maior vitória popular foi sua auto-organização política, independente, classista: os sovietes.
Os sovietes eram conselhos formados por operários e soldados, eleitos nas fábricas e nos regimentos militares, excluída a participação dos burgueses e oficiais. Como representantes dos trabalhadores da capital, São Petersburgo, foram responsáveis por conduzir a luta contra a autocracia czarista, reivindicando melhores condições de vida e de trabalho, direito de greve, reforma agrária e a formação de uma Assembléia Nacional. Na prática os sovietes constituíram-se como um "poder paralelo" e representaram um grande salto no processo de organização e conscientização política da classe operária.

O refluxo do movimento, a partir das conquistas obtidas, fez com que os líderes dos sovietes fossem forçados ao exílio ou presos pelo czar.

Ana Fonseca. 12ºC. Nº3.

Anónimo disse...

A REVOLUÇÃO SOCIALISTA - outubro de 17

"Todo poder aos Sovietes". Essa tornou-se a palavra de ordem dos Bolcheviques a partir de junho de 17, em oposição ao governo provisório, que manteve a Rússia na guerra.

Reivindicar o poder para os sovietes seria a forma de iniciar a construção de uma sociedade socialista, mas antes de tudo, serviu para demonstrar a política traidora do Partido Menchevique e do Partido Socialista Revolucionário - que apoiavam o governo provisório - e ao mesmo tempo estavam em maioria nos sovietes. Nesse sentido a palavra de ordem significava: "Governem em nome dos trabalhadores e não aliados com a burguesia". Os partidos que se diziam socialistas começavam a ser desmascarados e o Partido Bolchevique passaria a ser a principal referência política para os trabalhadores.

Em setembro a maioria dos membros eleitos para o soviete de Petrogrado eram bolcheviques e sob o comando de Trótski formaram a Guarda vermelha e o Comitê Militar Revolucionário: estava aberto o caminho para a tomada do poder.

Ana Fonseca. 12ºC. Nº3.

Anónimo disse...

Tal como na Revolução Francesa os trabalhadores e camponeses russos tiveram seu movimento político e social, anunciado por filósofos como Karl Marx e Friedrich Engels (1820-1895). A Revolução Soviética foi a terceira de uma série de revoltas violentas iniciadas com a Revolução Russa (1905) e que agitaram o país desde sua derrota na Guerra Russo-japonesa (1904-1905). Marcou o fim do governo imperial e do feudalismo russo, lançando a Rússia abruptamente na era moderna. Sob o lema Paz, Pão e Terra, Vladimir Ilyich Ulyanov, o Lenin (1870-1924) e Lev Davidovitch Bronstein, o Trotsky (1879-1940) conduziram a maioria (bolchevique) ao poder, derrubando o governo provisório do socialista moderado Alexander Kerensky (1881-1970), que havia assumido após a abdicação do czar Nicolau II (1868-1918), provocada pela revolta de fevereiro de 1917. Com esse golpe os soviéticos assumiram o controle do governo e inicio-se uma guerra civil de três anos, devido à reação às mudanças necessárias para implantação do novo regime. A Rússia abandonou a I Guerra Mundial (1914-1917), aboliu o direito de propriedade dos senhores de terras, reunindo-se por fim à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Ana Fonseca. 12ºC. Nº3.

Guilherme de Faria disse...

Já foi mais que provado, este poema não é do Mayakowsky e sim do poeta Eduardo Alves da Costa (confiram na pesquisa Google). O equívoco se deve ao título do poema: "No Caminho com Mayakowsky". Aliás, o pema é longo e isso aí é só o trecho inicial:


"Primeiro, eles vêm à noite,
com passo furtivo
arrancam uma flor e não dizemos nada.
No dia seguinte, já não tomam precauções
entram no nosso jardim,
pisam nossas flores,matam nosso cão
e não dizemos nada.
Até que um dia o mais débil dentre eles
entra sozinho em nossa casa,
rouba nossa luz,
arranca a voz de nossa garganta
e já não podemos dizer nada."

Glória Rodrigues disse...

Guilherme Faria já publiquei o seu comentário. Mas há muitas destas "falsificações" da história que nascem em contextos específicos e se vão perpetuando até aparecer alguém atento que esclarece. Obrigada. Também fui confirmar.